Este blog, como um produto da disciplina Informação em Mídias Digitais, não desaparecerá com o fim do semestre e por conseguinte o fim da minha participação na disciplina. Pretendo postar questões pertinentes ao contexto informacional e as mídias digitais, e sobre isso não faltará assunto. Mas esse semestre foi muito cansativo e hei de desfrutar de umas férias bem merecidas por um tempo ainda não determinado, farei algumas postagens esporádicas. O blog fica aberto à sugestões de conteúdos que são do interesse dos leitores, e que portanto, gostariam de ler neste espaço.
Deixo a dica de um livro que estou lendo :
DARNTON, Robert. A Questão Dos Livros - Passado, presente e futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
É um livro composto por artigos do autor, onde ele aborda questões sobre o provável fim do livro, o poder do Google, a força das mídias digitais, e as bibliotecas como ficam nesse contexto.
A Cia das Letras disponibiliza alguns trechos aqui.
“Acredito que a nova tecnologia de informação deveria nos forçar a reconsiderar o próprio conceito de informação. Não deveríamos encará-la como se assumisse a forma de fatos objetivos ou pepitas de realidade prontas para serem garimpadas em jornais, arquivos e bibliotecas, mas como mensagens que são constantemente remodeladas em seu processo de difusão. “ (DARNTON, 2010, p. 47)
Outra dica é uma exposição virtual, que a Biblioteca Nacional Francesa disponibiliza sobre a história da escrita e seus suportes.
Por que o livro “Cultura da Convergência”, de Henry Jenkins, deve ser de interesse de bibliotecários?
No início era o jornal, veio o rádio, a televisão, o computador e a internet, o celular, e tudo isso convergiu de um modo, que do celular tem-se acesso ao rádio, a televisão, à internet, este, só um pequeno exemplo.
Quem achava, por exemplo, que o rádio morreria com a televisão, enganou-se, o que mudou foi a relação entre nós e o rádio e os outros aparelhos. Hoje em dia a internet ou o celular proporcionam ouvirmos a emissora de rádio de nossa preferência, e não fazemos isso, como nossos avós, por exemplo, que reservavam um horário determinado, sentavam perto do aparelho e ouviam atentamente, muitas vezes fazendo somente aquilo.
Atualmente, ouvimos o rádio enquanto estamos caminhando, dirigindo, trabalhando, cozinhando, enfim, e, além disso, interagimos com o rádio, acessamos seu Twitter, mandamos comentários através do e-mail do programa, opinamos nas pautas dos programas. Ou ainda, o sujeito está na sala de sua casa em frente à televisão, assistindo ao seu programa preferido, com o celular ao lado, e no colo o notebook. Enquanto assiste ao programa, conecta-se ao site do programa, envia uma mensagem através do celular para seu amigo para falar sobre o programa.... isto é denominado por Jenkins (2008) como “cultura da convergência”, para os nossos avós é uma realidade bem distante, mas para qualquer jovem é inevitável.
Jenkins (2008, p. 29) aborda a convergência como: “[...] o fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam.”
Por isso, Jenkins afirma que juntamente com a convergência houve uma mudança na cultura midiática e no próprio comportamento das pessoas. O público vai em busca do entretenimento, informação não importando o canal de distribuição deste, sendo que os canais estão todos convergindo: "[...] a convergência representa uma transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídia dispersos". (JENKINS. 2008, p. 29-30).
Ainda sobre isto, o autor coloca que a convergência não acontece somente nos aparelhos/suportes, mas sim na mente das pessoas e no próprio modo de interação social. O celular é o aparelho que mais tem força nessa sistemática de convergência. Agrega diversas funções/informações e as pessoas passam a dependê-lo dele de modo intenso.
“Os velhos meios de comunicação não estão sendo substituídos. Mais propriamente, suas funções e status estão sendo transformados pela introdução de novas tecnologias”. (JENKINS, 2008, p. 41-42).
Este blog teve o intuito de discutir sobre a informação digital, nos diversos suportes em que esta é originada, armazenada e disponibilizada, e atualmente então, presente em diversos suportes, de diversos modos, alimentando a cultura da convergência.
A quantidade de informações disponibilizadas a cada dia no mundo nas plataformas digitais surpreendem a todos, e acabam causando certas inseguranças no ser humano relativas à qualidade destas informações, ao grau de aproveitamento para serem aproveitadas como conhecimento, ou mesmo, a sensação de ansiedade, diante de infinitas informações.
Para tentar contornar essa problemática da explosão informacional o ser humano “tenta” organizar as informações, e o bibliotecário é o personagem principal desse enredo. É ele que tentará organizar e buscará soluções para a busca eficaz de informações que os sujeitos necessitam.
Em virtude dessa quantidade de informações presente no cotidiano é preciso descobrir formas/ferramentas/instrumentos que possam ajudar na organização da informação. As pessoas buscam por conteúdos que sejam de seu interesse, independente da mídia, e passam de espectadores, à colaboradores e seres interativos nessa dinâmica informacional. O uso de tags nos conteúdos é um elemento que tenta auxiliar a busca e tem contribuição dos usuários.
Essa busca incessante do ser humano por criar novos instrumentos capazes de facilitar e organizar a comunicação humana e a instituição de uma lógica de consumo personalizado, aceleração dos contatos e relacionamentos, ampliação de espaços e derrubada de conceitos tradicionais, a partir do advento da Internet e da concepção de uma sociedade Pós-moderna, fazem com que cada vez mais cada um dos meios de comunicação já existentes passem a agregar mais ferramentas capazes de promover o maior grau de interação entre os indivíduos. (ALVES, 2007, p. 1-2).
Não é uma tarefa fácil convergir diversos elementos informacionais de diferentes mídias em uma única plataforma, mas dentro, do espectro de possibilidades atuais, o Google é a ferramenta mais útil atualmente para uma busca satisfatório. Ocorre que quem busca a informação não sabe, na maioria das vezes, diferenciar informações de qualidade de não-informações e escolhe o caminho (informação) errado. A estratégia de ordenação do Google, Page Rank, que prioriza páginas mais “linkadas", nada tem a ver com qualidade (em alguns casos pode até elencar como primeiros resultados fontes confiáveis), nesse momento o bibliotecário tem papel fundamental, orientando o sujeito que necessita informações e conteúdos, a escolher informações relevantes e de qualidade.
Um estudo realizado pelo Ibope Mídia, faz uma relação entre a convergência das mídias e as implicações no consumo. Vale a pena a leitura.
REFERENCIAS:
ALVES, Jucelia. Tecnologia Celular: uma convergência de mídias para a aproximação de públicos. IN: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 30., 2007. Anais... Santos: Intercom, 2007. Disponível em: <http://www.portalrp.com.br/bibliotecavirtual/comunicacaovirtual/0317.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2010.
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2008.
Como o assunto do post anterior eram as redes sociais, achei no Youtube uns vídeos sobre o assunto, de um grupo de humor chamado "Tem Um Cara Nos Seguindo".
Os vídeos contam a história das redes sociais através de uma história de amor entre uma moça e as redes. É divertido.