segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Em Pauta: Bancos de Imagens e Indexação

Os Bancos de Imagens na internet têm crescido absurdamente.  Nem sempre a tarefa de encontrar uma fotografia desejada é fácil, pois a quantidade excessiva de imagens torna esse processo dificultoso. Para uma eficiente recuperação de imagens é necessário que esta tenha sido indexada ao ser disponibilizada.

Uno de los principales problemas que presenta la descripción de este material es la forma en la que se representan los conceptos implícitos en ellos dada su peculiar riqueza visual y de contenido. Esto requiere de una verbalización de los mismos mediante un análisis documental, materializado en la delimitación de categorías, el uso de descriptores y la redacción de títulos [...]. (MUÑOZ CASTAÑO, 2001, p. 6).

A indexação de fotografias e documentos é feita de forma totalmente diferente. Atualmente a indexação de fotografias tem utilizado o uso combinado de conceito e conteúdo. 

O conceito está ligado a elementos que dizem respeito ao assunto, podendo, estes elementos serem concretos (imagem de uma árvore, um livro, um computador) e abstratos (emoções, por exemplo), essa leitura é muito subjetiva, portanto terá variações ao ser interpretada por diferentes indexadores. O conteúdo são atributos tais como: cor, textura, formato, orientação espacial, planos, locação da imagem, dimensões.

Na abordagem que se baseia no conteúdo, a indexação é realizada de modo automático, por algoritmos computacionais, através da extração de características de cor, textura e arranjo de figuras geométricas presentes na imagem. Na indexação com base em conceitos, as imagens são representadas por uma lista de palavras-chave que se referem às informações presentes na imagem. A indexação por conteúdo opera no nível sintático, enquanto a indexação por conceitos opera no nível semântico. (MANINI; LIMA-MARQUES; MIRANDA, 2007, p. 2).

A busca avançada utiliza campos que combinam esses e outros elementos, filtrando e especificando a busca de maneira significativa. 

Para melhorar a recuperação de imagens fotográficas há a necessidade de representar o conteúdo informacional (o que a imagem mostra) e a sua expressão fotográfica (como a imagem mostra). (MANINI; LIMA-MARQUES; MIRANDA, 2007, p. 2).

Desse modo, quanto mais informações um banco de imagens disponibilizar sobre uma fotografia mais recursos o usuário terá para filtrá-la e recuperá-la. Elementos como autor, data, assunto, cor, textura, forma, orientação, ponto de vista, planos devem ser utilizados para indexação, facilitando a recuperação de imagens.

O uso de vocabulários controlados para padronização de descritores utilizados como palavras-chave deve ser pensado para uma eficácia do banco de imagens. A possibilidade de os usuários acrescentarem tags às imagens é um recurso extremamente importante no mundo da web 2.0 e isso deve ser pensado também.

A precisão nos resultados de pesquisa que associe requisitos de conteúdo e conceito dependerá exclusivamente do indexador. Além disso, cada banco de imagens, sendo estes especializados, devem ater para questões particulares e de interesse de seus usuários, caso algum outro atributo seja de interesse para a comunidade que utiliza o banco de imagens, estes devem ser disponibilizados.

A Fundação Biblioteca Nacional possui um manual para indexação de imagens fotográficas e lembra das particularidades de cada na indexação de fotografias em diferentes contextos:

Dificilmente nossos critérios serão iguais àqueles de outras instituições detentoras de acervos fotográficos, já que uma imagem pode ter vários significados e usos — conseqüentemente, terão também assuntos diversos. Portanto, o objetivo deste manual é direcionar a visão do indexador para o ponto de vista da instituição, que se baseia no tipo de acervo que possui, no tipo de usuário diversificado que atende e nas suas características de biblioteca nacional.(ALVES; VALERIO, 1998, p. 7).

Aqui podem ser encontradas alguns comentários de como as imagens são indexadas no Google Imagens e isto pode facilitar quando formos fazer uma busca por imagens, entender como funciona a indexação é um grande passo para uma recuperação satisfatória.



REFERÊNCIAS:

ALVES, Mônica Carneiro; VALERIO, Sergio Apelian. Manual para indexação de documentos fotográficos. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Departamento de Processos Técnicos, 1998. Disponível em: < http://consorcio.bn.br/consorcio/manuais/manualfoto/Manualfoto.pdf>. Acesso em: 27 set. 2010.

MANINI, Miriam Paula; LIMA-MARQUES, Mamede; MIRANDA, Alex Sandro Santos. Ontologias: indexação e recuperação de fotografias baseadas na técnica fotográfica e no conteúdo da imagem. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 8., 2007, Salvador. Anais eletrônicos... Salvador: UFBA, 2007. Disponível em: < http://www.enancib.ppgci.ufba.br/artigos/GT2--151.pdf >. Acesso em: 26 set. 2010.


Muñoz Castaño, Jesús E. Bancos de imágenes: evaluación y análisis de los mecanismos de recuperación de imágenes. El profesional de la información, v. 10, n. 3, p. 4-18 , mar., 2001.
 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Em Pauta: Fotografia Digital

Vou ser bem clichê a ponto de dizer que “uma imagem vale mais que mil palavras”, a importância dada a uma fotografia é incontestável, visto que , “[...] sob múltiplos aspectos, se afirma cada vez mais como uma forma de expressão, de informação e de comunicação total [...]” (BAURET, 2000, p. 9).

Nossa história é contada por fotos, nossa memória é formada e auxiliada por estas imagens que convencionamos chamar de fotografias. Portanto, a fotografia tem uma importância extrema na construção da história. A história pode ser contada de diversas maneiras a partir de fotografias, do ponto de vista das fotografias de guerra, da evolução das cidades, dos retratos, enfim, fotografia é realidade. A imagem capturada precisa existir para ser retratada, logo é interpretada como algo real.

Em fins do século XIX e início do século XX a fotografia foi exaustivamente utilizada pra retratar a transformação das cidades.

[...] a preocupação com a documentação transparece na maior parte da produção do século XIX. Havia a intenção explícita de documentar o mundo e representá-lo em suas variáveis sociais e materiais. O espaço urbano e os tipos humanos foram os principais temas registrados. (COSTA; SILVA, 2004, p. 18).
  
 
 De Marc Ferrez, fotografia representando a evolução da cidade do Rio de Janeiro no início do século XX.
 Acesse o site do Instituto Moreira Salles e veja outras fotografias de Marc Ferrez. 

Na medida em que registram imagens que ocorrem no dia-a-dia, as fotografias servem como suporte para o conhecimento coletivo dos indivíduos e se tornam peças fundamentais para recuperar e compreender a história, pois imortalizam o momento do registro e podem ser conduzidas para outros tempos. (VITACHI; BONI, 2009).

A popularização da fotografia especialmente a partir de 1860, segundo Kossoy (1989, p.14), trouxe possibilidades novas de produção de informação e conhecimento.
Os meios de comunicação souberam utilizar, nos idos do início do século passado, com o começo do fotojornalismo, a fotografia como fonte de informação. A fotografia tem uma capacidade enorme de transmitir informações, ao enquadrar uma cena, o fotógrafo consegue captar informações visuais, emocionais e noticiosas. (SOUSA, 2004).


  Migrant Mother, de Dorothea Lange (1936), uma das fotos mais importantes do fotojornalismo.

A história da fotografia, como a conhecemos hoje, remonta ao século XIX, sendo uma invenção do francês Niépce. Química, física, óptica são necessárias para a formação de uma imagem fotográfica. Hoje em dia a tecnologia é um outro componente nesse processo. 
A introdução da tecnologia tem modificado os paradigmas fotográficos, tanto na questão de equipamentos, como softwares para manipulação de imagens, daí a fotografia digital ter atingido um nível de desenvolvimento acentuado. Acrescentaria que tem por vezes sido banalizada. As câmeras fotográficas, presentes em qualquer celular mais moderno, tornam o processo fotográfico acessível a qualquer pessoa, fotografias sem estética ou desprovidas de informações interessantes surgem cada vez rápido e rapidamente são distribuídas via internet, de certa forma ampliando a democratização da informação, de outro ponto de vista enche a rede de imagens sem informação. 

 Exemplo de fotografia sem estética, sem informação.

É fato, porém, que a web 2.0 não seria tão interessantes sem fotografias e vídeos, sendo composta apenas de textos não teria tantos internautas envolvidos.


 REFERÊNCIAS:


BAURET, Gabriel . Introdução. In: ______.  A Fotografia:  História, Estilos, Tendências, Aplicações. Coimbra: Edições 70, 2000. p. 9-13.

COSTA, Helouise Costa; SILVA, Renato Rodrigues da. A fotografia no século XIX. In: ______. A Fotografia Moderna no Brasil.  São Paulo: Cosacnaify, 2004.p. 15-31.

KOSSOY, Boris. Fotografia e história. São Paulo: Ática, 1989.
SOUSA, Jorge Pedro.   Fotojornalismo : introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa.  Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004. 1


VITACHI, Jocélia Rosa da Silva; BONI, Paulo César. Londrina Revisitada: a fotografia como registro histórico de duas épocas. In: Encontro Nacional de Estudos da Imagem, 2., 2009, Londrina. Anais... Londrina: UEL, 2009. Disponível em: < http://www.uel.br/eventos/eneimagem/anais/trabalhos/pdf/Vitachi_Jocelia%20Rosa%20da%20Silva.pdf. >Acesso em: 19 set. 2010.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Em Pauta: Avaliação do Blog Museu do Cinema


Parâmetros gerais


Tipologia do blog (pessoal, institucional): Não apresenta a autoria.
Têm objetivos concretos e bem definidos? Não.
Se os objetivos estão definidos, os conteúdos se ajustam a eles? -
Existe uma política editorial de aceitação de contribuições? Não.
Tem domínio próprio? Não.
Tem uma URL correta, clara e fácil de recordar? Sim.
Mostra, de forma precisa e completa, que conteúdos ou serviços oferece? A partir do título pode-se ter uma idéia geral sobre o conteúdo do blog.
A estrutura geral do blog está orientada ao usuário? Não.
É coerente o desenho (layout) geral do blog? É um layout limpo.
É atualizado periódicamente? Sim.
Oferece algum tipo de subscrição? Não.


Identidade, informação e serviços


A identidade do blog é mostrada claramente em todas as páginas? Sim.
Existe informação sobre (s) criador(es) do blog? Não.
Existe um logotipo? Não.
O logotipo é significativo, identificável e visível? -
Existe alguma forma de contato com os responsáveis pelo blog? Links para Facebook,Twitter, Orkut e Flickr são as formas de contato com o responsável.


Nos posts:
- é mostrada claramente informação sobre o autor? Não. A única informação presente é “Postado por Museu de Cinema”.
- é mostrada claramente a data de publicação? Sim.
- oferece links permanentes? Não.

É dada informação sobre número de usuários registrados e convidados? Não.
Existe um calendário de publicação? Não.
Existe um arquivo onde consultar posts anteriores? Sim.
Existe alguma declaração ética? Não.
Oferece links para outros blogs? Sim.
Oferece links externos a outros recursos de informação? Sim.
Apresenta uma lista de palavras-chave para cada post? Não.
Está traduzido em outros idiomas? Não.
Existe algum tipo de controle sobre conteúdos polêmicos? Não.
Possui uma seção de ajuda? Não.
O link da seção de “Ajuda” está colocado em uma zona visível? -
Oferece uma vista prévia antes de publicar? Sim.
Existe algum tipo de buscador? Não.
O buscador encontra-se facilmente acessível? -
Permite a busca avançada? -
Mostra os resultados de forma compreensível para o usuário? -
Dispõe de ajuda para realizar a busca? -
Qual o número médio de comentários? 3,9 comentários (calculado sobre os 10 últimos posts).


Estruturas e navegação


A estrutura de organização e navegação está adequada? Sim.
Tem algum sistema de navegação distinto da navegação por datas? Sim.
Os posts estão classificados tematicamente? Sim. Em listagens aos lado é possível procurar posts por temática
Que número de clics são necessários para ver os comentários aos posts? Um.
Que número de clics são necessários para fazer comentários aos posts? Dois.
Os links são facilmente reconhecíveis como tais? Sim.
A caracterização dos links indica seu estado (visitados, ativos etc.)? Sim.
Existem elementos de navegação que orientem o usuário sobre onde está e como desfazer sua navegação? Não.
Existem páginas “órfãos”? Não identifiquei.



Layout da página

São aproveitadas as zonas de alta hierarquia informativa da página para conteúdos de maior relevância? Não.
Foi evitada a sobrecarga informativa? Sim.
É uma interface limpa, sem ruído visual? Sim.
Existem zonas em “branco” entre os objetos informativos da página, para poder descansar a vista? Sim.
É feito um uso correto do espaço visual da página? Sim.
É utilizada corretamente a hierarquia visual para expressar as relações do tipo “parte de” entre os elementos da página? Não.


Acessibilidade


O tamanho da fonte foi definido de forma relativa? Sim.
O tipo de fonte, efeitos tipográficos, tamanho da linha e alinhamento empregados facilitam a leitura? Sim.
Existe um alto contraste entre a cor da fonte e o fundo? Sim.
Inclui um texto alternativo que descreve o conteúdo das imagens apresentadas? Não.
O site web é compatível com os diferentes navegadores? Sim.
Visualiza-se corretamente com diferentes resoluções de tela? Sim.
Pode-se imprimir a página sem problemas? Sim.


Visibilidade



Avaliação global
O blog Museu de Cinema apresenta informações referentes ao cinema mundial. É uma fonte de informação rápida sobre cenas, diálogos, movimentos, cartazes, livros, entre outras. Apresenta posts de listas referentes ao cinema. De uma forma geral é um blog limpo, com informações pontuais. Do ponto de vista de busca e recuperação da informação necesita de melhorias para facilitar a busca do usuário. Além disso necesita de mais informações sobre a autoria, pois esta é uma forma de dar credibilidade a um blog.

Avaliado por: Natália Gastaud de Oliveira
Data da avaliação: 07 set. 2010.



Fonte:

Adaptado de: JIMÉNEZ HIDALGO, Sonia; SALVADOR BRUNA, Javier. Evaluación formal de blogs con contenidos académicos y de investigación en el área de documentación. El Profesional de la Información, v.16, n. 2, p. 114-122, mar./abr. 2007.