quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Em Pauta: A questão dos livros

Este blog, como um produto da disciplina Informação em Mídias Digitais, não desaparecerá com o fim do semestre e por conseguinte o fim da minha participação na disciplina. Pretendo postar questões pertinentes ao contexto informacional e as mídias digitais, e sobre isso não faltará assunto. Mas esse semestre foi muito cansativo e hei de desfrutar de umas férias bem merecidas por um tempo ainda não determinado, farei algumas postagens esporádicas. O blog fica aberto à sugestões de conteúdos que são do interesse dos leitores, e que portanto, gostariam  de ler neste espaço.

Deixo a dica de um livro que estou lendo :

DARNTON,  Robert. A Questão Dos Livros - Passado, presente e futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.



 É um livro composto por artigos do autor, onde ele aborda questões sobre o provável fim do livro, o poder do Google, a força das mídias digitais, e as bibliotecas como ficam nesse contexto.

A Cia das Letras disponibiliza alguns trechos aqui.


 
 “Acredito que  a nova tecnologia de informação deveria nos forçar a reconsiderar o próprio conceito de informação. Não deveríamos encará-la como se assumisse a forma de fatos objetivos ou pepitas de realidade prontas para serem garimpadas em jornais, arquivos e bibliotecas, mas como mensagens que são constantemente remodeladas em seu processo de difusão. “ (DARNTON, 2010, p. 47)




Outra dica é uma exposição virtual, que a Biblioteca Nacional Francesa disponibiliza sobre a história da escrita e seus suportes.



 
 
 




      Boas festas! 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Em Pauta: Convergência das Midias

Por que o livro “Cultura da Convergência”, de Henry Jenkins, deve ser de interesse de bibliotecários?

    No início era o jornal, veio o rádio, a televisão, o computador e a internet, o celular, e tudo isso convergiu de um modo, que do celular tem-se acesso ao rádio, a televisão, à internet, este, só um pequeno exemplo.

    Quem achava, por exemplo, que o rádio morreria com a televisão, enganou-se, o que mudou foi a relação entre nós e o rádio e os outros aparelhos. Hoje em dia a internet ou o celular proporcionam ouvirmos a emissora de rádio de nossa preferência, e não fazemos isso, como nossos avós, por exemplo, que reservavam um horário determinado, sentavam perto do aparelho e ouviam atentamente, muitas vezes fazendo somente aquilo. 
 
    Atualmente, ouvimos o rádio enquanto estamos caminhando, dirigindo, trabalhando, cozinhando, enfim, e, além disso, interagimos com o rádio, acessamos seu Twitter, mandamos comentários através do e-mail do programa, opinamos nas pautas dos programas. Ou ainda, o sujeito está na sala de sua casa em frente à televisão, assistindo ao seu programa preferido, com o celular ao lado, e no colo o notebook. Enquanto assiste ao programa, conecta-se ao site do programa, envia uma mensagem através do celular para seu amigo para falar sobre o programa.... isto é denominado por Jenkins (2008) como “cultura da convergência”, para os nossos avós é uma realidade bem distante, mas para qualquer jovem é inevitável.

    Jenkins (2008, p. 29) aborda a convergência como: “[...] o fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam.”


    Por isso, Jenkins afirma que juntamente com a convergência houve uma mudança na cultura midiática e no próprio comportamento das pessoas. O público vai em busca do entretenimento, informação não importando o canal de distribuição deste, sendo que os canais estão todos convergindo: "[...] a convergência representa uma transformação cultural, à medida que consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a conteúdos de mídia dispersos". (JENKINS. 2008, p. 29-30).

    Ainda sobre isto, o autor coloca que a convergência não acontece somente nos aparelhos/suportes, mas sim na mente das pessoas e no próprio modo de interação social. O celular é o aparelho que mais tem força nessa sistemática de convergência. Agrega diversas funções/informações e as pessoas passam a dependê-lo dele de modo intenso.


“Os velhos meios de comunicação não estão sendo substituídos. Mais propriamente, suas funções e status estão sendo transformados pela introdução de novas tecnologias”. (JENKINS, 2008, p. 41-42).

    Este blog teve o intuito de discutir sobre a informação digital, nos diversos suportes em que esta é originada, armazenada e disponibilizada, e atualmente então, presente em diversos suportes, de diversos modos, alimentando a cultura da convergência.

     A quantidade de informações disponibilizadas a cada dia no mundo nas plataformas digitais surpreendem a todos, e acabam causando certas inseguranças no ser humano relativas à qualidade destas informações, ao grau de aproveitamento para serem aproveitadas como conhecimento, ou mesmo, a sensação de ansiedade, diante de infinitas informações.




     Para tentar contornar essa problemática da explosão informacional o ser humano “tenta” organizar as informações, e o bibliotecário é o personagem principal desse enredo. É ele que tentará organizar e buscará soluções para a busca eficaz de informações que os sujeitos necessitam.

    Em virtude dessa quantidade de informações presente no cotidiano é preciso descobrir formas/ferramentas/instrumentos que possam ajudar na organização da informação. As pessoas buscam por conteúdos que sejam de seu interesse, independente da mídia, e passam de espectadores, à colaboradores e seres interativos nessa dinâmica informacional. O uso de tags nos conteúdos é um elemento que tenta auxiliar a busca e tem contribuição dos usuários.
Essa busca incessante do ser humano por criar novos instrumentos capazes de facilitar e organizar a comunicação humana e a instituição de uma lógica de consumo personalizado, aceleração dos contatos e relacionamentos, ampliação de espaços e derrubada de conceitos tradicionais, a partir do advento da Internet e da concepção de uma sociedade Pós-moderna, fazem com que cada vez mais cada um dos meios de comunicação já existentes passem a agregar mais ferramentas capazes de promover o maior grau de interação entre os indivíduos. (ALVES, 2007, p. 1-2).

    Não é uma tarefa fácil convergir diversos elementos informacionais de diferentes mídias em uma única plataforma, mas dentro, do espectro de possibilidades atuais, o Google é a ferramenta mais útil atualmente para uma busca satisfatório. Ocorre que quem busca a informação não sabe, na maioria das vezes, diferenciar informações de qualidade de não-informações e escolhe o caminho (informação) errado. A estratégia de ordenação do Google, Page Rank, que prioriza páginas mais “linkadas", nada tem a ver com qualidade (em alguns casos pode até elencar como primeiros resultados fontes confiáveis), nesse momento o bibliotecário tem papel fundamental, orientando o sujeito que necessita informações e conteúdos, a escolher informações relevantes e de qualidade.






 Um estudo realizado pelo Ibope Mídia, faz uma relação entre a convergência das mídias e as implicações no consumo. Vale a pena a leitura.







 
REFERENCIAS:

ALVES, Jucelia. Tecnologia Celular: uma convergência de mídias para a aproximação de públicos. IN: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 30., 2007. Anais... Santos: Intercom, 2007. Disponível em: <http://www.portalrp.com.br/bibliotecavirtual/comunicacaovirtual/0317.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2010.

JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2008.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Em Pauta: Evolução das Redes Sociais

Como o assunto do post anterior eram as redes sociais, achei no Youtube uns vídeos sobre o assunto, de um grupo de humor chamado "Tem Um Cara Nos Seguindo". 

Os vídeos contam a história das redes sociais através de uma história de amor entre uma moça e as redes. É divertido. 

 

Tem um Cara nos Seguindo - Briga de Redes



Tem um Cara nos Seguindo - Briga de Redes 2

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Em Pauta: Redes Sociais e o Acesso à Informação

Realmente não sou a pessoa mais indicada para falar sobre redes sociais, por não fazer parte de nenhuma rede social virtual. Mas não nego a importância do uso de redes sociais para o acesso à informação. Para entender o processo de redes sociais, segue explicação de Recuero (2007, p. 2):

Uma rede é definida como um conjunto de nós conectados por arestas. Assim, uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos) e suas conexões, compreendendo uma estrutura de grupo.

As redes sociais virtuais são mediadas por computador. Assim como as relações no mundo real oferecem e difundem informações de alguma maneira, as relações tecidas no mundo virtual também são geradoras e propagadoras de informações, dos mais diversos tipos.

O formato de estabelecimento das teias, ou seja, relações, conexões é um ponto interessante, em vista de que, as conexões se formam a partir de interesses em comum. A formação de comunidades em torno de um assunto do mesmo interesse faz com que essa rede seja no seu conjunto uma autoridade no assunto tratado.

Por esse motivo, interesses em comum, as redes sociais podem ser uma importante ferramenta para a troca de informações e experiências profissionais. Ao fazer parte de comunidades que tenham os mesmos interesses profissionais, as trocas de informações que ocorrem nestes ambientes proporcionam discussões proveitosas em torno de interesses profissionais e podem ser esclarecedoras de dúvidas rotineiras do ambiente profissional.

Amaral (2006) comenta que as redes virtuais tem um formato horizontal de comunicação, ou seja, a comunicação ocorre de uma forma descentralizada, sem nenhum tipo de subordinação, além disso, o fluxo de informação ocorre em diversas direções, e qualquer membro da rede está apto a colocar uma informação em circulação.

Sobre a difusão e circulação de informações em redes sociais, onde o capital social é justamente a informação, Recuero (2007, p. 12) faz a seguinte colocação: “Estar em tais redes é poder usufruir de informação que é divulgada nas mesmas e, mais do que isso, poder usufruir da informação que o pertencimento proporciona, que auxiliará na construção da identidade.”

As distintas utilidades de uma rede social podem ser melhor visualizadas no vídeo abaixo, notem que todas as situações tem as informações presentes nas redes como fator princial:


 


Quanto a circulação de informações em redes sociais é importante o cuidado com informações falsas! Filtrar as informações que se recebe a partir de uma rede social é fundamental para o processo de conhecimento. Um caso que ganhou repercussão este ano, “CALA BOCA GALVÃO” e vinculou informações falsas, com o intuito de fazer uma brincadeira, é um exemplo da disseminação de informações falsas através das redes sociais.
 

Dentre as redes que ultimamente mais tem contribuído com a circulação e difusão de informações, está o Twitter. Porém a relevância e pertinência destas informações é um outro ponto tratado por Recuero (2009):

O Twitter só se torna relevante se as pessoas o utilizarem para dar informações relevantes. Isso está acontecendo com sua adoção por redações de jornal e jornalistas, experts em determinados assuntos. [...] A questão da relevância é dada pela dinâmica de seguidores/seguidos. Assim, a própria rede atua como filtro, auxiliando os indivíduos a ter acesso àquilo que é considerado importante.

A facilidade com que as pessoas se expõem nas redes sociais é uma questão que me deixa perplexa. Alguém que tenha uma conta no Orkut, Facebook e Twitter, por menos que coloque informações pessoais, mesmo assim, é muito fácil traçar uma pequena biografia, com características desta pessoa, lugares que freqüenta, amigos que possui, assuntos que se interessa, uma pequena análise de conteúdo é necessária para isso.

Recuero (2009) expõe sobre a questão da privacidade e redes sociais:

[...] parece que o maior risco para a privacidade está nos “rastros” que são deixados pelos atores enquanto utilizam essas redes e enquanto expõem questões pessoais na internet. Pouca gente percebe que há um caráter de permanência nessas interações, que poderão ficar na rede por muito tempo. Mas, de certa forma, parece-me que há uma maior conscientização desse poder e que as pessoas estão um pouco mais preocupadas com as questões da privacidade.

De todo modo, são informações circulando, estas informações podem ser utilizadas de forma a serem proveitosas para quem publica ou não. Sabe-se que muitas empresas tem-se utilizado de mecanismos para conhecer seus candidatos a vagas por meio de redes sociais.

A inclusão digital que tem ocorrido a partir do uso de redes sociais é um fenômeno e deve ser levado em conta na disseminação de informações, pois muitas pessoas valem-se, somente, de informações propagadas pelas redes sociais.
 
Fica a diga do blog de Raquel Recuero, pesquisadora interessada no tema de Redes Sociais e fluxos de informações resultantes deste processo. 


REFERÊNCAIS:

AMARAL, Vivianne. Redes: uma nova forma de atuar. [200?]. Disponível em: <http://www.zonadigital.com.br/redes/newsredes.asp?select=512>. Acesso em: 29 nov. 2010.

RECUERO, Raquel. Considerações sobre a Difusão de Informações em Redes Sociais na Internet. In:  CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO DA REGIÃO SUL, 8., 2007, Passo Fundo. Anais... Passo Fundo: Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2007. Disponível em: < http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2007/resumos/R0464-1.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2010.

RECUERO, Raquel. O suporte da internet mudou o processo social. Revista do Instituto Humanitas Unisinos, São Leopoldo, ano 9, abr. 2009. Entrevistado por Patricia Fachin. Disponível em: <http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2500&secao=290>. Acesso em: 29 nov. 2010.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Em Pauta: Banca de jornais online

 Acesse Kiosko.net e mantenha-se diariamente informado.

Quero compartilhar um site, que recebi o endereço hoje, por e-mail. É um site que agrega vários jornais online do mundo inteiro. A proposta é interessante e poupa tempo dos leitores em um mundo onde a atualização é fundamental e o tempo é escasso. Jornais como The Times, El País, Le Monde, The New York Times, Clarín, O Globo, e outros menos conhecidos. Estão organizados por países e continentes. Divulguem!!!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Em Pauta: Museus Virtuais

O museu de tudo

Este museu de tudo é museu
Como qualquer outro reunido;
Como museu, tanto pode ser
Caixão de lixo ou arquivo.
Assim, não chega ao vertebrado
Que deve entranhar qualquer livro:
É depósito do que aí está,
Se fez sem risca ou risco.

MELO NETO, João Cabral de
(2009, p. 25)
 

     O ciberespaço proporcionou a inserção dos museus no mundo virtual, e estes passaram de uma “[...] dimensão concreta para a abstrata [...].” (GOUVEIA; DODEBEI, 2007, p. 93).

     O acesso remoto e a reprodução das obras, muitas vezes em perspectiva tridimensional (algo que não acontece em fotografias de obras em livros, por exemplo), tornam os webmuseus uma interessante ferramenta para estudo. A visita virtual em museus antes inacessíveis por questões geográficas é facilitada. Museus de arte, de ciências, do cotidiano, de culturas locais, todos podem coexistir no âmbito real e virtual:

“As memórias, nesta fase, são duplicadas em um novo formato, com endereço próprio e uma visibilidade exponencial nunca antes imaginada.” (GOUVEIA; DODEBEI, 2007, p. 93).

     A autora Loureiro (2004, p. 104) caracteriza os webmuseus como um aparato informacional, desse ponto de vista apresenta a seguinte definição:

Qualquer organização / ambiente construído com a intenção de produzir, processar e transferir informações, que reúna (fisica ou virtualmente), conserve, documente, registre, pesquise e comunique evidências (materiais ou imateriais) das pessoas e/ou de seu meio ambiente, por meio de originais ou reproduções de qualquer natureza, mantendo interface com a sociedade de modo a propiciar visibilidade / acesso às suas coleções e informações.


     A partir deste conceito foi feita uma visita no website do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. A visita não foi feita a fim de conhecer fisicamente o museu, pois por morar na cidade onde ele está situado já visitei-o diversas vezes. Justamente fiz a visita para ter um comparativo entre o real e virtual e confesso que fiquei muito surpresa!

     Além de apresentar diversas imagens referentes ao acervo do próprio museu, o site possibilita a visita através de um tour virtual pelo próprio ambiente do museu e por algumas exposições que já foram feitas no local. Este recurso é extremamente enriquecedor e torna-se uma importante ferramenta de disseminação da informação, em vista de que qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo pode acessar estas informações e visitar a exposição selecionada como se estivesse no próprio museu.

     A visita virtual, também, suscita a vontade de se fazer uma visita real ao local, por esse motivo achei vantajoso o uso dos recursos disponíveis em museus virtuais.

   Convido à todos para visitarem o MARGS, seja na forma virtual ou real. 


Imagens do tour virtual da exposição Arte na França 1860-1960: O Realismo, realizada no MARGS no ano de 2009.
Fotógrafo Rique Barbo.

     Deixo ainda um link com uma relação de outros museus que também proporcionam visitas virtuais. 

     Finalizo com as palavras de Chagas e Storino (2004, p. 6) sobre os museus, sejam na forma real ou virtual:

Eles são janelas, portas e portais; elos poéticos entre a memória e o esquecimento, entre o eu e o outro; elos políticos entre o sim e o não, entre o indivíduo e a sociedade. Tudo o que é humano tem espaço nos museus. Eles são bons para exercitar pensamentos, tocar afetos, estimular ações, inspirações e intuições.

  
REFERÊNCIAS:

CHAGAS, Mario de Souza; STORINO, Claudia M.P. Os museus são bons para pensar, sentir e agir. Musas: revista brasileirade museus e museologia, Rio de Janeiro, ano 3, n. 3, p. 6-8, 2007.

GOUVEIA, Inês; DODEBEI, Vera. Memória de pessoas, de coisas e de computadores: museus e seus acervos no ciberespaço. Musas: revista brasileirade museus e museologia, Rio de Janeiro, ano 3, n. 3, p. 93-100, 2007.

LOUREIRO, Maria Lucia de Niemeyer Matheus. Webmuseus de arte: aparatos informacionais no ciberespaço. Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 97-105, maio/ago. 2004.

MELO NETO, João Cabral de. O museu de tudo. In: ______. Museu de tudo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.  p. 25.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Em Pauta: MediaOn


Como os últimos posts foram sobre jornalismo online, nada mais adequado que comentar sobre o evento MediaOn, que aconteceu em São Paulo de 09 a 11 de novembro. O evento é o maior fórum de jornalismo online da América Latina. Foram discutidas questões pertinentes à mídia, empresas ligadas à mídia, tecnologias e mudanças do jornalismo frente à nova perspectiva gerada pela internet na indústria da comunicação.

Segue o endereço do blog do evento: http://www.mediaon.com.br/blog/, onde estão disponibilizados alguns resumos da programação do evento. Também é possível assistir alguns vídeos.

Fica a dica de alguns posts a serem lidos:
  

Em Pauta: Jornais Digitais Nacionais e o Serviço de Referência

O auxílio prestado pelo bibliotecário aos usuários da biblioteca é denominado como serviço de referência. Grogan (2001, p. 2) cita Samuel Rothstein para definir serviço de referência, como: “[...] a assistência pessoal prestada pelo bibliotecário aos leitores em busca de informações”.
Martins e Ribeiro (1972, p. 26) colocam como o principal objetivo do serviço de referência “[...] possibilitar a recuperação das informações que em algum lugar e sob alguma forma foram preservadas”.

            Com o uso de novas tecnologias o serviço de referência vem sofrendo algumas alterações, sejam elas, na busca/recuperação das informações, sejam através da forma do auxílio, podendo esta ser virtual. 

            Estas mesmas tecnologias tornam o usuário mais autônomo na busca, porém frente a gama infinita de informações disponibilizada na web, o usuário sente-se perdido neste turbilhão de informações, e o bibliotecário será (ou deveria ser) seu porto seguro. Sobre o papel do bibliotecário nesse processo Alves e Faqueti (2002, p. 11) explicam que:

O usuário já não necessita mais de ajuda para conduzir suas buscas na web. Todavia, ele necessita de orientação sobre como ele deverá conduzi-las, como selecionar a informação relevante as quais ele necessita.

 
Essa mesma idéia é defendida por Blattmann e Fragoso (2003), para as autoras é fundamental aos pesquisadores dirigirem-se sobretudo ao bibliotecário, a fim de localizar suas metas de procura e recuperação de leitura e informação, no mundo virtual.
 
Todas as tecnologias são ferramentas que auxiliam o profissional da informação, desse modo os jornais digitais nacionais são ferramentas que auxiliam o processo de referência. Tutorias sobre como acessar e fazer buscas nos jornais são mecanismos interessantes que podem ser disponibilizados pelas unidades de informação e facilitarão as buscas dos usuários.
            
       Normalmente os jornais possuem diversas seções, tais como: MUNDO, ECONOMIA, POLÍTICA, CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SAÚDE, entre outras. Desse modo, a diversidade de informações é imensa, dependendo da área da unidade de informação, o profissional responsável poderá fazer boletins diários com as principais notícias veiculadas em alguns jornais de circulação nacional e enviar aos interessados. 

   Poderá utilizar o twitter, caso a biblioteca possua um, ou mesmo poderá fazer um, para disponibilizar links de notícias que sejam interessantes ao contexto da instituição e seus usuários, desse modo, a medida que os jornais atualizam as notícias a biblioteca pode atualizar seus  twitter.

Cabe a cada unidade de informação estudar seus usuários e saber de que maneira estes preferem ser atualizados sobre notícias. As formas de interação e atualização são muitas atualmente. 

            A FOLHA DE SÃO PAULO é um jornal de importante circulação no país, fundado em 1921, é composto por diversos cadernos/sessões sobre assuntos dos mais diversos, sendo o primeiro jornal nacional a apresentar uma versão online. (FOLHA, 2010).


            Normalmente a procura por notícias em jornais não se dá entre jovens, sobre isso, saiu hoje uma notícia na sessão de tecnologia do jornal online FOLHA DE SÃO PAULO, que aborda a questão da busca de leitores jovens por parte dos jornais, sendo que os jornais online são a primeira investida nesse sentido. (JORNAIS, 2010).


REFERÊNCIAS:

ALVES, Maria Bernardete Martins; FAQUETTI, Marouva Fallgatter. Mudanças no serviço de referência, em bibliotecas universitárias, sob o impacto das novas tecnologias. IN: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 12, 2002, Recife. Anais... Disponível em < http://www.sibi.ufrj.br/snbu/snbu2002/oralpdf/89.a.pdf >. Acesso em 11 nov. 2010.

BLATTMANN, Ursula; FRAGOSO, Graça Maria. O zapear da informação em bibliotecas e na Internet. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.


FOLHA de São Paulo. Conheça a Folha. 2010. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/conheca/>. Acesso em: 11 nov. 2010.

GROGAN, D. J. A prática do serviço de referência. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2001.

JORNAIS devem atrair jovens com versão on-line atrativa. Folha de São Paulo, São Paulo, 11 de nov. 2010. Tec. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/tec/829164-jornais-devem-atrair-jovens-com-versao-on-line-atrativa-diz-pesquisa.shtml>. Acesso em: 11 de nov. 2010.

MARTINS, M. G.; RIBEIRO, M. L. G. Serviço de referência e assistência aos leitores. Porto Alegre: UFRGS, 1972.


domingo, 7 de novembro de 2010

Em Pauta: Jornais Digitais Internacionais



Atualmente qualquer profissão que se preze necessita de profissionais que mantenham-se atualizados sobre diversos assuntos. No que tange ao profissional da informação, mais especificamente, ao bibliotecário, é quase uma ordem, que este mantenha atualizado com informações consistes e de qualidade, visto que este tem como objeto de trabalho a própria informação.


A atitude de um profissional da informação em manter-se atualizado com certeza irá refletir 
na coleção da instituição 
onde este profissional trabalha. 

Desse modo, os jornais digitais nacionais e internacionais tem importância no contexto de bibliotecas, visto que, são as fontes de informação mais confiáveis sobre determinados acontecimentos. A versão online de jornais de grande circulação muitas vezes apresenta conteúdos similares ao da versão impressa, porém sem custos, outro benefício deste material é a disponibilização no espaço virtual, ou seja, diversos usuários podem ter acesso ao mesmo material ao mesmo tempo, e a biblioteca não necessita estocar este material, o que poupa espaço, em tempos de abundância de informação.

        Fácil acesso, atualização, sem barreiras geográficas, sem custos.

          Com a finalidade de exemplicar um jornal digital internacional que poderá ser utilizado no contexto de uma unidade de informação, seguem algumas informações  (WIKIPEDIA, 2010) sobre o jornal EL PAIS:

  • jornal espanhol, fundado em 1976;
  • possui informações de âmbito internacional, de cultura e de economia, e sobre a Espanha; 
  •  na década de 1990 oferece a versão digital; 
  • a versão digital possui uma versão nacional e uma versão global;

      Nesta semana foi noticiado na sessão de Tecnologia no jornal El Pais em sua verão digital global, uma notícia sobre a privacidade de dados dos internautas. Este tema tem constantemente aparecido na mídia, diversas utilizações de dados pessoais ilegais aconteceram ultimamente, e isso assusta e faz com que autoridades busquem uma legislação sobre isto. Desse modo, uma consulta pública será feita na União Européia para saber a opinão das pessoas sobre a privacidade dos dados. (EUROPA, 2010).

     O que esta notícia  tem a ver 
com uma unidade de informação? 
 
     O poder das informações nesta Era é de tanta valia que as unidades de informação devem estar atentas a notícias como esta, que tornam o internauta detentor de "suas" informações, esta atitude trará benefícios ao mundo digital.



REFERÊNCIAS:

EUROPA quiere regular el "derecho al olvido". El Pais, Barcelona, 05 nov.2010. Tecnologia, CiberP@is. Disponível em: <http://www.elpais.com/articulo/tecnologia/Europa/quiere/regular/derecho/olvido/elpeputec/20101105elpeputec_1/Tes>. Acesso em: 07 nov. 2010.

WIKEPEDIA. El Pais. 2010. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/El_Pa%C3%ADs_%28Espanha%29>.  Acesso em: 07 out. 2010.




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Em Pauta: Jornais Digitais

Meios animais de comunicação

    Certa noite da primavera de 1986, explodiu a central nuclear de Chernobil.
    O governo soviético deu a ordem de silêncio.
    Muitas pessoas, imensa multidão, morreram  ou sobreviveram transformadas em bombas ambulantes, mas a televisão, o rádio e os jornais não ficaram sabendo. E depois de três dias, não violaram o segredo para advertir que aquela explosão de radioatividade era uma nova Hiroshima, mas asseguraram que se tratava de um acidente menor, coisa de nada, tudo sob controle, que ninguém se alarme.
   Os camponeses e os pescadores de terras é águas vizinhas e distantes souberam que alguma coisa muito grave tinha acontecido. Quem lhes transmitiu a má notícia foram as abelhas, as vespas e as aves que alçaram vôo e se perderam de vista no horizonte, e as minhocas que se afundaram um metro debaixo da terra e deixaram os pescadores sem isca e as galinhas sem comida.
    Duas décadas depois, explodiu o tsunami no sudeste da Ásia e ondas gigantes engoliram a multidão.
    Quando a tragédia estava se incubando, e a terra recém começava a rugir nas profundezas do mar, os elefantes fizeram soar suas trombas, em desesperados lamentos que ninguém entendeu, e romperam as correntes que os atavam e se lançaram, em desabalada carreira, selva adentro.
   Também os flamingos, os leopardos, os tigres, os javalis, os cervos, os búfalos, os macacos e as serpentes fugiram antes do desastre.
Só os humanos e as tartarugas sucumbiram. (GALEANO, 2008, p. 333).

Com o jornalismo digital, as notícias voam, lançam-se. Atualmente é o meio de comunicação mais rápido de atualização, só seria mais rápido, se os animais munidos de sua sabedoria e intuição, como exposto no texto do grande escritor Eduardo Galeano pudessem participar da web.

Os jornais digitais tem um grande impacto no processo de informação, o imediatismo das notícias é o grande salto dessa forma de se veicular o que é notícia. Além disso, a atualização é outra importante característica do jornalismo online, visto que, “a atualização das notícias pode ocorrer ininterruptamente”. (Mielniczuk, 2001, p. 5).

Nessa lógica de quem publica antes é importante ater-se ao fato da veracidade das notícias veiculadas, conferindo a autoridade do jornal, do jornalista e das fontes utilizadas na notícia.


O alcance de uma notícia, através do jornalismo digital, é enorme, algo antes quase impossível através do jornalismo impresso:

A web representa uma mudança de paradigma comunicacional [...]. Ela oferece um alcance global, rompendo barreiras de tempo e espaço como não tínhamos visto antes. (ALVES, 2006, p. 95).

Ou seja, as notícias podem ser facilmente atualizadas e facilmente alcançadas por leitores em qualquer parte do mundo.





Vídeo sobre jornalismo digital, abordando algumas características.

Nesse processo de webjornalismo Alves (2006) aborda um interessante processo de transferência do poder de escolha. Nas mídias tradicionais (jornal impresso, televisão) quem escolhe as notícias que serão veiculadas é o emissor, no processo de webjornalismo é o receptor que escolherá as notícias de seu interesse:

A comunicação se torna eu-cêntrica porque tenho acesso somente ao que eu quero, na hora em que eu quero, no formato em que eu quero e onde eu quero.
Trata-se, sobretudo, de uma transferência importante de poder ou de privilégio, que passa do emissor para o receptor, numa evidente ruptura dos modelos fechados que se conheciam até agora. (ALVES, 2006, p. 95).

Todos os elementos: jornais digitais, imediatismo, atualização, busca da informação, afetam diretamente o trabalho do profissional da informação. O tratamento e organização dado aos jornais por parte destes profissionais passa a ser diferente ao tratamento dos materiais impressos.

Primeiramente, as unidades de informação deverão equipar-se com computadores ou outros dispositivos que tornem a leitura de jornais eletrônicos possível pelos usuários.
Além disso, o portal da biblioteca deverá conter os endereços eletrônicos dos jornais que mais interessem à unidade, para facilitar a busca dos usuários.


Em um mundo onde o tempo rege os passos das pessoas, acredito que o leitor buscará informações de seu interesse através dos próprios buscadores disponibilizados nos portais dos jornais. O profissional da informação não se preocupará tanto com a indexação desse material, porém terá um papel importante no serviço de referência auxiliando o usuário para que ache a(s) notícia(s) de que necessita.

E tudo isso leva-nos a pensar se os jornais impressos vão desaparecer, sou da opinião que não, ao menos não tão cedo. Sousa (2003) também é dessa mesma opinão, para ele a médio prazo, ao menos eles não desaparecerão:

 Estudos comprovam que a leitura no ecrã exige cerca de trinta por cento mais de esforço dos olhos do que a leitura em papel e tão cedo não teremos uma tecnologia de ecrãs ou de e-paper capaz de contornar este problema. Além disso, o papel é portátil e manuseável. A isto acresce que os jornais com versões impressas e on-line também têm apostado numa lógica de complementaridade e não de competição entre ambas, com a utilização de serviços on-line, como os votos, os concursos e a consulta de anúncios de classificados, para estimular a adesão aos jornais impressos. (SOUSA, 2003).

Uma notícia veiculada no blog A INFORMAÇÃO, em abril de 2009, mostra uma pesquisa que divulga dados sobre o fim do jornal impresso, grande parte dos entrevistados já procura informações na internet, o que faz creer que os jornais impressos poderão desaparecer. Outros fatores como: economia, ecologia, e-readers poderão também interferir nesse processo de transição total do suporte impresso para o digital.


Referências:

ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo digital: Dez anos de web… e a revolução continua. Comunicação e Sociedade, Minho, v. 9-10, n. 1, p. 93-102, 2006. Disponível em: <http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/cs_um/article/view/4751/4465 >. Acesso em: 24 out. 2010.

GALEANO, Eduardo. Meios animais de comunicação. In: ______. Espelhos: uma história quase universal. Porto Alegre: L&PM, 2008. P. 333.

MIELNICZUK, Luciana. Características e implicações do jornalismo na Web.  2001. Disponível em:  <http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_mielniczuk_caracteristicasimplicacoes.pdf>.  Acesso em: 24 out. 2010.  (Trabalho apresentado no II Congresso da SOPCOM, Lisboa, 2001).
 
SOUSA, Jorge Pedro. Jornalismo on-line. Forum Media, Viseu, n. 5, nov. 2003. Disponível em: <http://www.ipv.pt/forumedia/5/13.htm>. Acesso em: 25 out. 2010.