sábado, 28 de agosto de 2010

Em Pauta: Qualidade da Informação em Blogs

Nesse momento cabe responder a questão proposta por Le Coadic que serve de indagação à este blog: o que fazer diante da quantidade? Avaliar é a resposta.



“A Internet disponibiliza milhões de páginas de informações sendo necessário ‘selecionar’ para se extrair informação de qualidade.” (ALVIM, 2007, p. 1)

 

Não devemos tomar todas as informações como verídicas, confiáveis e de qualidade. No post anterior havia comentado sobre a avaliação de blogs por bibliotecas e professores com a finalidade de se trabalhar a leitura através dessa ferramenta.

Nesse sentido Alvim (2007, p. 1) comenta que “o papel das bibliotecas tem sido pioneiro, assim como o de alguns autores, em organizar e controlar a informação electrónica oferecida nos sítios Web, através de técnicas e métodos de avaliação.”

As facilidades de utilização e manutenção de blogs propiciam que qualquer indivíduo possa publicar, isto gera uma quantidade enorme de informações de variados assuntos, sendo que “não existem avaliações prévias do que é disponibilizado.” (TOMAÉL et al. , 2001, p. 3).

“A avaliação de sítios Web tornou-se uma necessidade imperiosa perante o universo desordenado da Internet. A capacidade de seleccionar informação com qualidade determina o  êxito do indivíduo, no contexto da sociedade do conhecimento, e a qualidade da informação é determinada pela capacidade de satisfazer as necessidades de informação do indivíduo que a usa. “ (ALVIM, 2007, p. 3).

O objetivo deste post é enumerar alguns critérios que devem ser levados em consideração ao avaliar um blog. A avaliação deve analisar ”[...]  tanto o conteúdo quanto a apresentação da informação”. (TOMAÉL, 2001, p. 4).

Sobre a forma, deve-se levar em consideração os seguintes aspectos:

  1. Identidade e objetivos: verificar se o tema principal é implícito no título, além disso é importante que o blog possua um tema que norteará seus objetivos;
  2. Identificação de autoria: o blog deve apresentar o(s) responsável(s), bem como identificar o tipo de autoria, se individual ou coletiva, institucional ou pessoal, e ainda informar o contato do responsável, a partir das informações sobre autoria, é interessante verificar se o autor possui credenciais para escrever sobre o assunto;
  3. Estrutura da página, layout e navegabilidade: verificar se a disponibilização das informações é feita de forma clara e limpa, se existe uma homogeneidade visual ou não, se possui links dentro dos posts que remetam a informações complementares e se possui um blogroll;
  4. Atualização: deve-se verificar a periodicidade dos posts, a data da última atualização, e a data de início do blog, pois é um indicativo de consolidação do blog;
  5. Recuperação da informação: é interessante que o blog apresente um arquivo dos posts anteriores, uma caixa de pesquisa, além de apresentar uma listagem de palavras-chave, pois facilitam a busca;
  6. Acessibilidade: analisar o tamanho da fonte, cor e efeitos da fonte se são bons para leitura, se há a inclusão de imagens e vídeos para ilustrar a leitura.

Quanto ao conteúdo, deve-se levar em consideração:

  1. Tipo de linguagem utilizada;
  2. Uso de referências e fontes citadas;
  3. Originalidade ou reimpressão de outros blogs/notícias;
  4. Qualidade da escrita;
  5. Comprometimento comercial, ideológico ou político;
  6. Existências de respostas do autor nos comentários.

A partir destes critérios  é possível avaliar a maior ou menor qualidade de um blog,  a avaliação pode ser feita através de uma pontuação, ou mesmo assinalando se os blogs possuem ou não os itens enumerados, de forma a prestar atenção, pois alguns itens diminuem a qualidade de um blog, como comprometimento comercial e ideológico, por exemplo.

Os critérios enumerados acima levaram em consideração a literatura da área (ALVIM, 2007; JIMÉNEZ HIDALGO; SALVADOR BRUNA, 2007; TOMÁEL et al., 2001).



Referências:

ALVIM, Luísa. A avaliação da qualidade de blogues. In: Congresso da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 9., 2007, Açores. Anais Eletrônicos... Açores: Universidade dos Açores, 2007. Disponível em: <http://badinfo.apbad.pt/Congresso9/COM105.pdf>.Acesso em: 29 ago. 2010.


JIMÉNEZ HIDALGO, Sonia. SALVADOR BRUNA, Javier. Evaluación formal de blogs con contenidos académicos y de investigación en el área de documentación. El profesional de la información, v. 16, n. 2, marzo-abril, 2007.


TOMAÉL, Maria Inês et al. Avaliação de fontes de informação na internet. Informação & Sociedade: estudos, João Pessoa, v. 11, n. 2, p. 1-13, 2001. Disponível em: < http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/293/216 >.  Acesso em: 29 ago. 2010.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Nossa Senhora do Offline

A invasão da tecnologia na nossa vida, através do humor de Marcelo Adnet. Divertidíssimo!!!


domingo, 22 de agosto de 2010

Em Pauta: Blogs e Leitura


“ Um velho copia seus próprios desenhos dos tempos de criança. São desenhos de 70 anos atrás. Enquanto os copia, sua mão treme.
Guarda alguns jornais velhos, velhos como ele, embrulhados em panos velhos, cuidadosamente amarrados. Ele tem medo que as palavras escapem.” (GALEANO, 2007, p. 99).

O senhor da história acima com certeza nunca veio a saber o que é um computador conectado à internet. Com a internet, e mais especificamente os blogs, as palavras estão soltas por aí, escapam de qualquer um e informam os outros, há uma grande propagação de informações na blogosfera. 

Barros explica o que são blogs da seguinte forma “Publicações online que possuem característica um tanto quanto singular, semelhante a um diário, com pequenos textos datados, inúmeros links e uma produção textual bastante informal”. (BARROS, 2004, p. 2).

Realmente a idéia inicial dos blogs, quando surgiram há mais de uma década e durante algum tempo ainda, era ser um diário virtual. Particularmente, considero essa idéia uma subutilização de uma ferramenta tão rica em termos informacionais.

Atualmente a grande variedade de assuntos tratados em blogs e os objetivos de uso são tantos: divulgação, comunicação científica, arte, culinária, literatura, música, moda, enfim, só alguns exemplos. Provavelmente o assunto mais estranho que se pensar haverá um blog que contemple-o.

Penso que os blogs poderiam ser melhor utilizados em termos de incentivo à leitura por parte de bibliotecas e escolas. Em recente vinda ao Brasil, o escritor Peter Burke expos na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) uma série de considerações acerca da leitura e livros digitais. Para o autor as gerações futuras não terão tanta paciência para ler textos longos. É fato que o modo de ler está mudando, a velocidade com que surgem informações, as diversas atividades (trabalho, faculdade, colégio, prática de esportes...) contribuem para diminuir o tempo dedicado à leitura. Desse modo os blogs de literatura poderiam ser utilizados como ferramenta para tornar a leitura mais próxima de crianças e adolescentes.


As bibliotecas e escolas (professores) seriam os responsáveis em selecionar e repassar aos alunos blogs relevantes, de autores pertinentes e qualificados. Outro ponto interessante na leitura de blogs é a proximidade proporcionada entre autor e leitor através dos comentários, o que pode atrair ainda mais os jovens. Contos, poesias, crônicas cotidianas são facilmente encontrados em blogs, e estando em meio virtual atraem mais os jovens e crianças pelo formato interativo, e podem até incentivar esses jovens e crianças a criarem blogs e expor às próprias idéias, sobre isso a autora Wolton escreve:
[...] as novas tecnologias encorajam a capacidade de criação. Existe na realidade um imaginário, e uma criação ligada à Net, que retoma um pouco a cultura dos quadrinhos, as imagens da televisão, a velocidade, as grafites e se interessa em descobrir uma outra escrita. A internet, após a televisão e o rádio em suas épocas, relança um imaginário, uma procura de estilos e de forma que exprimem a modernidade. (WOLTON, 2003, p. 87).
Não sou uma “blogueira”, é fato que já participei da criação de alguns blogs, mas confesso não tenho tanto afinco em continuar nas iniciativas. O primeiro blog que participei foi criação minha e de uma amiga na época que trabalhávamos na Biblioteca Infanto-Juvenil Lúcilia Minssen, alimentávamos o blog com informações sobre a programação da biblioteca e informações pertinentes ao universo infantil, hoje o blog é alimentado pela equipe da biblioteca, pois não temos mais um vínculo diário com a instituição. O segundo blog que fiz parte, posso dizer que criei, foi uma brincadeira com os colegas de faculdade, chamava-se Jornal do Cabam (Centro Acadêmico da Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia), era uma espécie de coluna social dos cursos, nos eventos e festas da faculdade no qual participávamos, foi uma experiência muito divertida. O terceiro blog foi um trabalho para uma disciplina do curso, chamava-se Piratas do Software e explicava alguns pontos sobre a pirataria de softwares. Atualmente estou envolvida com este blog, porém, nunca tive um blog pessoal, não tenho esse perfil. 

Considero-me uma leitora de blogs, este sim é mais meu perfil. Dentre meus preferidos estão os blogs de literatura, principalmente poesia, um dos que mais gosto de ler é o livretu, não por acaso vários amigos fazem parte desta iniciativa, mas é uma proposta interessante, pois agrega poesia de quem quiser fazer uma poesia e enviar ao blog para que seja postada, portanto é democrático e diversificado. Entre os blogs de escritores famosos gosto muito de ler o blog do Fabrício Carpinejar, escritor gaúcho que não precisa de maiores apresentações. Na área da Biblioteconomia, a iniciativa do BSF é super interessante, pois sempre apresenta alguma novidade na área e além disso, é feito por jovens bibliotecários, renovando a profissão e estimulando a troca de experiências.

O trio: blogs, leitura e biblioteca deve ser trabalho nessas instituições, porém parto do princípio que os blogs devem ser uma ferramenta de estímulo, e não o modo prioritário de leitura.

Referências:
BARROS, Moreno Albuquerque de. Blogs e Bibliotecários. Disponível em: . Acesso em: 19 ago. 2010.

GALEANO, Eduardo. Janela sobre a partida. In: ______. As palavras andantes. 5. ed. Porto Alegre: L&PM, 2007. p. 99.

WOLTON, Dominique. Internet, e depois?: uma teoria crítica das novas mídias. Porto Alegre: Sulina, 2003.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sociedade da Informação

Este vídeo ilustra de uma forma bacana a sociedade que vivemos!!!

Breve História da Revolução Tecnológica

“Crescei e multiplicai-vos, dissemos, e as máquinas cresceram e se multiplicaram.
Tinham nos prometido que trabalhariam para nós.
Agora nós trabalhamos para elas.
As máquinas que nós inventamos para multiplicar a comida multiplicam a nossa fome.
As armas que inventamos para nos defender nos matam.
Os automóveis que inventamos para nos mover nos paralisam.
As cidades que inventamos para nos encontrar nos desencontram.
Os grandes meios que inventamos para nos comunicarmos não nos escutam nem nos vêem.
Somos máquinas de nossas máquinas.
Elas alegam inocência.
E têm razão”.

Esse pequeno conto retirado do livro “ESPELHOS: uma história quase universal”, de Eduardo Galeano, publicado em 2008, reflete a situação de um mundo onde as máquinas têm exercido grande influência nas pessoas.

A questão da informação tem reflexo nesse contexto. Milhões de informações aparecem atualmente na rede mundial de computadores, o que fazer diante de tanta informação? Esta é uma das tantas questões que discutiremos neste blog. 

O desenvolvimento tecnológico a que se chegou atualmente, confere à informação grande importância perante o homem. A velocidade com que se criam informações faz com que estejamos atentos às novas informações, ou seja, faz com que estejamos constantemente atualizados, o que não é uma tarefa tão fácil assim. O acesso à informação digital possibilita vantagens antes inexistentes. (FERNANDES et al., 2005). 

Os mesmos autores ainda afirmam “[...] o desenvolvimento tecnológico e a tecnificação do modo de vida do homem promove o progresso e a melhoria de sua condição, [...] também provoca problemas antes inexistentes para a natureza e para a sociedade”. (FERNANDES et al., 2005).
O desenvolvimento tecnológico promoveu a comunicação facilitada pelas mídias digitais e um novo modo de pensar e agir diante das informações encontradas em tais mídias. Os problemas, estes estão relatados no conto do Galeano. 

Convido a todos os interessados no assunto em participar das discussões que serão levantadas no blog. 



Boa leitura!